quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Figuras

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quarta-feira, 1 de agosto de 2007

segunda-feira, 11 de junho de 2007










Biografia

João António dos Santos Justino Alves nasce a 30 de Setembro de 1940 na Cidade do Porto.

Estuda no Liceu Alexandre Herculano e mais tarde na Escola Superior de Belas Artes do Porto onde obtém o diploma do Curso Complementar de Pintura com a classificação de 19 valores. Enquanto aluno recebe uma bolsa de estudo da Fundação Calouste Gulbenkian e o “Legado Ventura Terra”.

Na Faculdade de Letras da Universidade do Porto conclui o Curso de Ciências Pedagógicas.

Exerce funções docentes no ensino liceal e técnico em Bragança, Porto e Espinho, aceitando em 1967 o cargo de Director da Academia de Música e Belas Artes da Madeira.

Regressa em 1970 ao Continente para realizar concurso de Provas Públicas do V Grupo na Faculdade de Belas Artes de Lisboa no qual é aprovado por unanimidade, ingressando na Faculdade nesse mesmo ano.





Paralelamente ao exercício da docência elabora o trabalho de autor contabilizado em inúmeras exposições colectivas e individuais.

Parte em 1976 para Paris onde irá residir cerca de 3 anos como Bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian.


Instalado na Casa de Portugal na Cité Universitaire, aí desenvolve a pintura sob a acção crítica e o patrocínio do Pintor Pierre Sou-lages de quem se torna amigo e comunica com permanência.

Mais tarde (1977) e a convite de Maria Helena Vieira da Silva e Arpad Szenes visita a casa e o atelier de tão prestigiadas figuras das Artes Plásticas Contemporâneas, inician-do um convívio que se prolongará por toda a sua estada em Paris,

Em Paris expõe no Centro Cultural Calouste Gulbenkian e na Galeria Documenta nos anos de 1976 e 1978, tendo ainda concorrido e ficado representado nos Salões “Realités Nouvelles” e “Grand et Jeune D’Au-jourd’hui” sendo-lhe adquiridos trabalhos para as colecções nacionais de França.

Regressa a Portugal em 1978 desenvolvendo grande actividade nas Artes Plásticas, expondo com permanência em Galerias de Arte (S. Mamede, Palmira Suzo, Ara etc.) e Feiras de Arte Contemporânea, salientando-se entre estas as Feiras de Arte Contemporânea de Lisboa e Porto; a ARCO – Madrid ; 20 Pintores Portugueses – Madrid; Europália – “Artistas Portugueses nas Colec-ções Belgas – Museu de Louvaine La Neuve – Bruxelas”; IV Foro Atlântico de Arte Contemporânea – Pontevedra e muitas outras participações tanto no País como no Estrangeiro.

Encontra-se representado em vários Museus e Instituições Públicas.

É Membro Titular Honoris Causa da Academia Europeia de Belas Artes



A OBRA








....O o discurso artístico é uma contribuição fundamental do homem cujo significado envolve o seu conhecimento, interrogações e angústias, na necessidade constante de identificação;
estabelece e caracteriza a apropriação de um tempo cultural com os seus mitos e linguagem própria,
reflectindo características sociais, políticas e filosóficas da época a que diz respeito;
um dos seus maiores poderes consiste na permanente
capacidade de movimento e transformação dos valores assumidos, pelo retorno às fontes da
criatividade e da imaginação.

..............Desenvolvo um espaço de comunicação através da imagem – a qual me propicia um campo
inesgotável de identificação poética e humana, onde me são permitidos todos os actos de concepção
e identidade com a vida.......


Justino Alves


Muitas sombras rompeu a pintura de Justino Alves .
Não me refiro ao trajecto exterior.
Mas uma caminhada íntima, por abismos sugadores,

desertos que desembocam na noite e, nesta, a capa da morte a abrir-se cobrindo os esqueleto
das ênfases filosóficas, científicas e artísticas.






Natália Correia











Simbologia gráfica de signos incinerados
a cinza é o espaço anímico
que domina a composição.
Remexe-a e emergem os signos.


Natália Correia












A Epifania da Forma

Viajar pelas composições de Justino Alves é percorrer o desejo que anima o Pintor de teorizar a Pintura fazendo pintura.
Com efeito, as suas pinturas, rigorosas na organização dos elementos e estruturas, vibrantes nas marcas com que o próprio gesto se desvenda, quase sempre serenas ou mais raramente estridentes na paleta, de gama por vezes restrita mas de infinita variabilidade e riqueza ao nível das tonalidades, em suma, cheias de inesgotável capacidade de renovação figurativa, revelam um itinerário de extrema originalidade, em que o drama existencial do Pintor se escreve nos avatares da própria processualidade pictural.



Fernando António Baptista Pereira




























Aí também, no coração de um rumor que de outro modo seria inaudível, se anunciam as formas como módulos da alma.
Para que havemos de elevar a voz
que afinal não as substitui e não as explica?
Vasco Graça Moura



Tudo começa pela interrogação, até o gesto mais afirmativo.
Cada momento reconduz-se a uma confrontação milenária com o mundo,
Cada rasura a uma provocação do fazer e do refazer nos seus meandros
de obscura derivação antropológica,
entre um limiar e um horizonte não saudáveis,
cada proposta a um reenvio da escrita pictórica
na sua procura da matéria repetidamente afeiçoada.


Vasco Graça Moura



JUSTINO ALVES, A RESPIRAÇÃO DO SILÊNCIO

Ele apreciava objectos concretos/dispostos no espaço//
adorava as coisas duráveis/quase imortais (...)


Zbigniew Herbert










Um dos caminhos que leva à realidade passa com efeito pela pintura (...) Os quadros são como teias que tornam tangível o que nelas se prende.
Elias Canetti



























…..Como sobre um fio finíssimo e tenso se vem desenvolvendo
a pintura de Justino Alves.
As suas procuras, os seus ensaios, as soluções em que se vem concretizando. O que só é possível pela verdade que patenteia. Verdade como representação
.



Joaquim Matos Chaves



SINAIS

Expressividade; velatura sobre velatura, e eis a fantasia que se desprende; seus sinais.E o Júbilo. Esse! O que recobre toda uma estética a que alheia não é a penetração intuitiva de duração e temporalidade; o instinto do fragmento na vocação poética do uno; a inteligência e sensibilidade de um espaço criativo e volátil; a cor e mancha certas no lugar certo; a densidade e ressonância das visões; o domínio dos materiais e o equilíbrio geral da composição; a aprendizagem da espontaneidade na segurança, à-vontade, autoridade de um rigoroso, consciente, lucidíssimo trabalho; o desafio – e estigma! – do sonho na sinceridade
de uma entrega total.


Eduarda Chiote






As obras de Justino Alves atravessaram os nossos anos 60/90 aliando seguramente os valores formais e sistémicos ( de estruturação e composição) a sínteses fortes e conteúdos que, se mostravam (ou mostram) uma conformista essencialidade fundadora, remetem para uma «outra realidade», de que fala Catherine Millet, ante as atomizações contemporâneas, a «morte da utopia da Arte» (Y. Michaud) e a aparente desnecessidade dos mecanismos decorrentes das vanguardas.
António Cardoso











O PINTOR E A SUA FILOSOFIA




João Justino Alves demonstra na sua obra que é possível ser pintor e ser filósofo.
De resto, não será toda a arte uma filosofia?
Não aspira o artista à claridade da sabedoria, mesmo quando entregue ao seu demónio, às forças mais obscuras?
Pode dizer-se da arte que é o irracional organizado. E aqui na organização, já entra a sabedoria.
A arte é ainda aventura. E aqui entra o desejo, e a sua claridade. Um tal desejo pouco tem a ver com o mundo dos sentidos. Não é material, embora seja materializável.

Y. Centeno




A Epifania da Forma

Viajar pelas composições de Justino Alves é percorrer o desejo que anima o Pintor de teorizar a Pintura fazendo pintura.
Com efeito, as suas pinturas, rigorosas na organização dos elementos e estruturas, vibrantes nas marcas com que o próprio gesto se desvenda, quase sempre serenas ou mais raramente estridentes na paleta, de gama por vezes restrita mas de infinita variabilidade e riqueza ao nível das tonalidades, em suma, cheias de inesgotável capacidade de renovação figurativa, revelam um itinerário de extrema originalidade, em que o drama existencial do Pintor se escreve nos avatares da própria processualidade pictural.

Fernando António Baptista Pereira














Justino Alves - Exposição da Fundação Caloustt Gulbenkian


50 anos de arte portuguesa apresenta uma selecção de centena e meia de obras da colecção do Centro de Arte Moderna - José de Azeredo Perdigão escolhidas em articulação com a documentação existente sobre os artistas apoiados, em subsídios e bolsas, pela Fundação desde 1957.